Buenos Aires, 21 mar (Lusa) — Portugal fará com a Argentina em Timor-Leste a sua primeira Cooperação Triangular fora de África, disse hoje à agência Lusa a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
“Temos um novo projeto. Estamos em vésperas de assinar com a Argentina um memorando de entendimento na área da comunicação social em Timor-Leste. Mais uma vez, vamos avançar com um país da América Latina e com um país da CPLP [Comunidade dos Países da Língua Portuguesa], mas, desta vez, pela primeira vez fora de África”, disse Teresa Ribeiro.
A governante portuguesa falava à Lusa em Buenos Aires, capital da Argentina, no âmbito da II Conferência das Nações Unidas sobre a Cooperação Sul-Sul.
Portugal inaugura, assim, uma nova fase na sua história de Cooperações Triangulares nas quais dois países unem-se para cooperar com um terceiro.
O acordo será assinado nas próximas semanas, assim que os três países coordenarem a agenda.
“Vamos fazê-lo muito rapidamente”, assegurou a secretária de Estado portuguesa.
Já Lusa Ana Ciuti, diretora de Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, destacou que “Portugal tem muita tradição em Timor-Leste”.
“É um país integrante da CPLP e a Argentina é agora um membro observador da CPLP”, declarou.
O projeto prevê capacitar os profissionais timorenses da comunicação social tanto nos ‘media’ tradicionais como nos meios digitais, utilizando as novas tecnologias aplicadas à comunicação.
Timor-Leste não será, contudo, o único país fora de África com que Portugal terá uma Cooperação Triangular. A ação conjunta com a Argentina prevê triangulações com um terceiro país da América Latina, região onde os argentinos têm experiência.
“Nesse caso, será a primeira triangulação de Portugal com um destinatário final na América Latina. Portugal tem cooperação direta com países da América Latina, como Argentina e Colômbia, mas como cooperação triangular, de facto, será a primeira vez”, explicou a secretária de Estado Teresa Ribeiro, que não revelou o país beneficiário, nem o setor em que será desenvolvida a cooperação.
Segundo a governante portuguesa, é uma possibilidade em estudo, justificando a recusa em antecipar o país por decorrerem negociações.
“Mas posso dizer que é uma preocupação de Portugal diversificar as nossas cooperações para outras geografias que não seja apenas aquela que era a tradicional de Portugal”, indicou.